
O céu encontra-se cinzento, alguns raios de sol penetram as nuvens, até chegarem a onde têm de chegar, e iluminam o que têm de iluminar, mesmo com pouca intensidade.
Chove, e eu adoro a chuva, principalmente esta, que é uma chuva tranquila, sem grande força. Sei lá! Talvez seja uma forma de ela dissolver os meus pensamentos, acho que é sempre uma época de reflexão que me transforma em teoria, e em conclusões forçadas.
A chuva caí, agora cai um pouco mais grossa, daquela que já molha. As árvores que observo começam a sentir o grandioso poder da chuva, cada pingo transforma-se no elixir da vida, as folhas, os ramos e até os trancos vibram com esta passagem suave, estão felizes, porque se contentam com o que a mãe Natureza lhes oferece.
Porque sou um ser tão exigente? Porque é que procuro sempre as coisas mais dificeis? Porque é que só gosto de ti?
Este tom cinzento do céu preenche as lacunas deixadas por ti, em mim. és tudo num momento e logo no outro que há-de vir, já não és nada.
Sempre foste a minha vida amargurada, que me deixou sem nada.