sexta-feira, dezembro 28, 2007

Auto-retrato





...em momentos que nos vemos como nada, como tudo...e as imagens falam por nós...tal como o som que não se ouve...tal como para onde se fixa o olhar...e desaparecer do real, para conhecer o tao dito banal...

.. de negro está o espirito mas de luz se enche a alma...

Sacrum em pensamento


Tenho as mãos geladas, qualquer movimento mais brusco que possa fazer com elas, doi... uma dor abrasadora. Sinto os meus lábios gretados de tanto frio que passa, parecem lâminas a passar por eles, e sempre que tento sorrir, mais gretados ficam.
Sento-me debaixo da única árvore existente aqui, esta é a única que me pode abrigar deste frio terrivel. Sento-me bem aconchegada, encosto-me ao seu tronco, e cruzo as pernas, tento puxar o casaco, para me tapar os lábios, e as mãos enrolo-as na camisola quentinha que trago.
Estou cansada, estou em agonia e este frio , que se faz sentir, não ajuda nada. Mesmo assim a minha cabeça está a mil. Estou a pensar nos objectivos que ainda tenho pela frente, naqueles que tenho que dar mais importância, nas consequências deles, no proveito que posso tirar deles.

Estou à tua espera, da mesma maneira que estive ontem, o mês passado, estes anos todos...

E o que mais posso fazer, além de esperar por ti? Aqui ao frio, com as mãos geladas e os lábios gretados!


Chegas, num silêncio chato, mas chegas. Sussurras-me ao ouvido, aquilo que nunca tinha ouvido de ti... Agarras as minhas mãos geladas, sinto as tuas muito quentes, e curas os meus lábios com um beijo interminável.

De mim para ti ,só vem uma simples frase: "Valeu a pena esperar".


terça-feira, dezembro 25, 2007

Sono!


O silêncio faz-se sentir, tão perto ,tão quente, tão delicioso.

Caminho sobre este rio enorme, onde a água dança ferozmente, numa dança continua e arrepiante. Caminho, cada passo que dou ,transforma-se num grande sacrificio.

Há muitas outras coisas para lá da amargura, tantas coisas, umas estão mergulhadas neste rio demoniaco, que me traz recordações intensas, memórias superficiais e lembranças simplificadas. Mas o fruto do sofrimento constante está para chegar.

Os meus olhos estão pintados de negro, com uma sombra ainda mais negra e quando olho para este rio ele reflecte o pior de mim, o meu lado mais profundo, mais puro.

Aquilo que sinto é que preciso deste sofrimento constante para sentir mais profundamente os momentos raros de felicidade. Onde te incluo...

Com este cenário tão escuro, consigo ver uma flor, pintada de vermelho, mas não me consigo aproximar dela.


Acordei deste pequeno pesadelo. Sinto-me aliviada por ter sido apenas um sonho estranho. Talvez o meu inconsciente me queira mostrar algo ,que ainda não consegui atingir.



Oh meu Deus! Estou a precisar de forças...


sexta-feira, dezembro 21, 2007

Inconstante



Pego na minha caneta, tenho vontade de começar a escrever, no meu pequeno livro azul. Queria continuar a nossa história, ou apenas a minha.


Queria um caminho, um trilho seguro para seguir, iluminado, para que o possa seguir sem qualquer obstáculo, já me chegam os que passei.


O meu pequeno livro azul ficou tão lindo com as tuas palavras, que tenho receio de vir a estragar a beleza das tuas palavras.


Tenho medo, meu amor, tenho medo que as minhas palavras te possam magoar, te possam magoar tanto como me magoam a mim.


Ás vezes sinto que sou mesmo importante para ti, que há uma certa reciprocidade de sentimentos, mas há vezes em que este sentimento de protecção da tua parte se desvanece, desvanece-se de uma maneira que me arranca sempre um pedaço de pele da pior maneira possível.


Largo a caneta, ignoro-a, alí em cima da mesa, sozinha e lá fica ela à espera que alguém precise dela. Às vezes sinto-me assim contigo.


Fecho o caderno. Penso que demorou imenso tempo para conseguir a tua atenção, mas já que chegámos aqui, vamos continuar, meu amor. "A vida corre muito depressa, nós é que temos de tentar abrandá-la com aquilo que acreditamos e desajamos"- são palavras tuas que me tocam e que acredito. Fica a saber que és a religião que decidi viver.
Tenta mudar o sentido do vento, pode ser que assim seja mais fácil...

Gosto tanto de ti...

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Sou um conjunto de reacções quimicas, em que os reagentes se transformam em produtos, em que os produtos são transformados em reagentes. Um ciclo, apenas para ganhar e perder energia. Será que a finalidade será mesmo apenas a energia?
Com este raciocinio da energia sou uma máquina, "Uma máquina é todo o dispositivo mecânico ou orgânico que executa ou ajuda no desempenho das tarefas, precisando para isto de uma fonte de energia." Este é o futuro da humanidade.
Infelizmente os valores que eu considerava ,ou ainda considero, estão a ser deixados para trás pelas pessoas, as coisas, que apenas dão prazer momentâneo, estão a sobrepor-se ás coisas realmente valiosas e importantes.
A decisão de mudar as coisas está por nossa conta, somos nós que temos esse poder, agora cada pessoa tem de descobrir o que tem para fazer na vida, quais os verdadeiros objectivos, quais os verdadeiros valores.
As máquinas ganharão terreno.

domingo, dezembro 16, 2007

Wishmaster!


Ao som de muitas músicas, escolhidas a dedo.

Onde a terra acaba e começa o mar, foi o local escolhido por nós, o perfeito cenário.

Conseguimos ter o previlégio de ver o sol a unir-se ao horizonte, contemplar o sol a cair naquela falézia, lá longe...Tranquilidade era o que se fazia sentir, era aquilo que estavamos a sentir...

Depois do sol se sucumbir, apareceu a lua, conseguimos observá-la, mas não te a ofereci... Não estava completamente cheia, assim o meu presente não era muito grande...

Estivemos a tarde toda a olhar para o mar, mas também não o consegui oferecer-te, estava muito frio e eu queria dar-te algo muito quente, porque era o que estavas a precisar.

Então durante aquelas horas todas pensei no presente mais lindo, mais quente, mais cheio, mais verdadeiro, maior.

Resolvi oferecer-te o meu coração. :) Dar-te-o de presente... Para o guardares.

Espero que tenhas ficado contente pelo presente.





sexta-feira, dezembro 14, 2007

Vicio de Ti...

...pequeno, quente e aconchegante! ...este mundinho tão especial, em partilha comum...

...vicio de ti...é querer sempre mais...é olhar-te com ternura, sentir que esse cantinho esta preenchido, sentir o que sempre se sentiu, querer o que sempre se deseja...

...as palavras fogem, os sentimentos ficam...é ai que o silencio se mostra..

...revela o quanto estamos dependentes, o quao vicioso é...

...quando se abre o coração...

" ecris l'histoire "

terça-feira, dezembro 11, 2007

Poder da música


Há certas músicas que tocam, tocam profundamente...

Geralmente contêm uma mensagem que nos faz reviver alguma coisa... ocasiões...

Há também músicas que caracterizam certas épocas, momentos.

Há musicas que nos transportam para outras dimensões, outro mundo, onde a imaginação predomina sobre a realidade...

Há músicas que mudam o nosso estado de espirito... A nossa disposição...

A música é uma forma simples de nos despertar todos os sentimentos possiveis e imaginários, que se podem sentir ao ouvi-la...


Um dia destes ofereço-te a lua... ;)




domingo, dezembro 09, 2007

Acorrentada!


Fui ver o mar hoje. Pelo caminho estava a tentar adivinhar como estaria ele, será que ele está como o meu amor, sem grande vontade, ou sem grande força.

Cheguei à praia, vi que a minha ideia não tinha qualquer fundamento, o mar estava revoltado, estava forte, cheio de vida e de energia. Talvez estejas assim.

Sinceramente, eu estou... Não consigo definir... Nem descrever. A única coisa precisa que te posso dizer é que para além do meu amor por ti, sinto-me apaixonada por ti... Mas sinto-me mesmo apaixonada.

O teu olhar fascina-me, é um tiro certeiro no meu frágil coração. Derrete-me... Depois de me lançares esse teu olhar a minha vontade é de te tocar, de te dizer o quanto gosto de ti, o quanto mexes comigo, mas não posso... As correntes aprisionaram- me, não me deixam desabafar. Sinto-me presa, e o pior é que nada posso fazer para mudar esta minha condição.

O ar está irrespiravel.

Não te consigo ver muito bem, o nevoeiro está demasiado denso. Apenas ouço a tua voz de aflição, mas por mais que tente não consigo tirar estas correntes de mim, para te poder salvar. Esta é a minha maior agonia.

Pronunciei a palavra consagrada, mas nem sequer obtive resposta, eles levaram-te, não te deixaram despedir de mim, esta brutalidade foi sentida muito profundamente por mim.

Este tempo todo o mar conseguiu enferrujar as correntes... Consegui soltar-me, mas com muita pena minha já não fui a tempo para te ouvir dizer aquilo que mais queria.

Tudo se desvaneceu com o tempo, tudo menos os sentimentos da minha parte, do meu pobre coração.

Neste momento consigo sentir a força do mar, a energia a vida dele, mas a minha vida, essa, eu já não consigo sentir.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Livros, livros e mais livros


Abro-o, com a delicadeza que não me caracteriza.

Estou perante imensos parágrafos, imensas linhas e demasiadas palavras, mas nada disto me comove, nada disto diz quem sou, melhor dizendo, nada disto me faz conhecer.

Sinto-me estranha ao que tenho perante mim, um significado tirado de meia duzia de raciocionios, de meia duzia de teorias e constatações erradas.

Diz-me tu, meu livro... Diz-me aquilo em que tenho que pensar, ao que tenho que chegar, qual é o próximo passo, qual é a minha próxima queda? Dá-me as respostas que preciso neste momento, nesta fase.

Alheia a tudo, fecho-o, com brutalidade, esta que também não me caracteriza.

E o que realmente me caracteriza?