quarta-feira, novembro 21, 2007


A claridade penetra a minha janela, com um encanto profundo.
Está tudo bem arrumadinho, os objectos estão no lugar certo, tudo está em harmonia comigo.
Estou naqueles dias em que o tempo não flui, em que as horas demoram horrores a passar e em que os minutos são gigantescos.
Passeio pela casa, numa forma muito suave, pensativa, talvez.
Dou por mim à frente do único espelho que encontrei. É nestes momentos que uma pessoa tem a noção que é uma bocado Narcisista. (risos)
Olhei para ele, vi uma cara, uma face, um olhar, uma pessoa, talvez fosse eu.


Fugi daquele momento, daquela cena toda, que me podia transtornar, ou talvez já tenha transtornado.
Sinto-me enganada pelo estupido espelho, não era aquela percepção que eu tinha de mim, não era aquela face que acentava em mim, quando pensava como era para os outros. De uma forma resumida não era assim que eu pensei que fosse.
Aquilo que penso, os meus valores, as minhas ideias, alegrias, tristezas e tudo o resto a minha cara não o mostra, apenas reflecte aquilo que estou a sentir no momento, no segundo que olhar, no segundo que me olharem.
Que triste pensar assim, maldito espelho que não é mágico, porque não reflecte o meu interior.
A claridade que via tornou-se na escuridão.




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