terça-feira, julho 24, 2007

Solidão

Quem nunca sentiu o prazer da solidão?

....Mas o que é a solidão? Seria a ausência de companhia, de pessoas à nossa volta? Seria estar longe das civilizações?

Mais grave do que estar só é sentir-se só.

Duas pessoas que vivem situações parecidas poderão ter comportamentos diferentes. Enquanto uma é infeliz, a outra sobrevive, e bem. Solidão, mais do que estar só, é a insatisfação da pessoa com a vida e consigo mesma. É precisar da multidão à sua volta, por não perceber que pode bastar-se por si mesma, desde que descubra a riqueza do seu interior. A solidão nasce da insegurança e da necessidade de sentir-se amada, porque ignora que o grande truque é amar. Há quem use solidão como tempo de inspiração, análise e programação. Não é mais a solidão popularmente conhecida, porque se transforma em recolhimento ao próprio íntimo, necessidade que todos temos, sem nos dar conta. Vez que outra, é preciso estar só. Tentamos nos dar bem com os outros, mas não sabemos viver na harmonia de nós mesmos. Quando Amyr Klink, saindo da África, chegou à Bahia, navegando dias e dias, sozinho em sua pequena embarcação, perguntaram-lhe se a solidão não teria sido seu maior obstáculo. A resposta foi que nunca estivera só, porque muitos torciam por ele e, além disso, fazia o que lhe causava prazer.

Quem age dessa forma não dá espaço para a solidão.

...Cabe analisar quem são as vítimas da solidão.

E responderíamos que são os que não lutam, que nada realizam, não amam, não vivem...!

5 comentários:

Eos disse...

E quando não se ignora o amor? Será que também haverá solidão? A resposta para mim é afirmativa, visto que sentir causa reflexão, e esta transforma-nos a medida do pensamento. E aí sentimos mesmo o sabor amargo que poderá ter a solidão.
Descobrir a riqueza do interior poderá ser um passo, mas nem sempre o conseguimos sozinhos.
As profecias poderão não estar ao meu alcance.

Sacrum disse...

A questão do sentir o descontentamento da solidão aqui não se aplica! Pois a solidão torna-nos parte do que somos nesse tal momento de reflexão, o prazer do amargo é sentido como algo de bom pois eleva-nos a um estado de sabedoria interior que nem todos são capazes de entender como benefico. o amor não se consegue ignorar nunca, quando nasce em nós o seu percurso é eterno o amor ao ser univelsar em tudo o que sentimos é o que nos move num percurso que sendo profético existe ao alcance de todos. A grande diferença é como o queremos viver e se essa forma nos traz momentos de felicidade e tristeza que tambem é necessária para entender o que vivemos. Ao sentir a solidão é sentir a criação a brotar em nós, é deixar vir cá para fora tudo o que de bom e mau somos.

Eos disse...

Por essa ordem de ideias a solidão não passa de uma mutação que favorece o nosso conhecimento e as nossas vivencias, não passa de uma mutação favorável ao crescimento interior e ao amor pelo próximo... Gosto desta prespectiva da solidão.

Sacrum disse...

Precisamente! Vivemos num meio social onde existem muitos conceitos estériotipados de forma negativa, o que na minha forma de analisar está incorrecto. Porque...tudo tem o seu lado positivo e negativo e o Homem tem a estranha tendencia para ir ser ao lado mais negro da questão. O que esté errado. o gosto do sofrimento mentalmente transforma-se em Dor fisica e mental para uma pessoa banal, comum numa vivencia pouco desenvolvida.
Encarrar a solidão interior como algo de bom é ser um Ser diferente, ser mais do que um pobre de espirito.

Eos disse...

É a aprendizagem da vida que dita o que consguimos absorver desta, o mesmo se aplica à solidão que faz parte dela.
Kiss